"Lendas com a letra I"

Iara

Iara, também conhecida como Mãe d’Água, é uma é uma criatura que tem suas raízes na cultura indígena da região amazônica. Iara, que significa “aquela que mora nas águas” em tupi, é descrita como uma sereia de grande beleza, com longos cabelos pretos e olhos castanhos, que vive nos rios da Amazônia. A história conta que Iara era uma guerreira indígena de habilidades excepcionais, o que despertou a inveja de seus irmãos. Em um ato de ciúmes, eles tentaram matá-la, mas Iara, sendo uma guerreira habilidosa, conseguiu se defender e, na luta, acabou matando-os. Temendo a punição de seu pai, o pajé da aldeia, ela fugiu. No entanto, foi encontrada e, como castigo, lançada ao rio. Os peixes, compadecidos com sua situação, a salvaram, transformando-a na sereia Iara1. Desde então, Iara habita as águas amazônicas, usando sua voz doce e melódica para atrair os homens. Aqueles que se deixam seduzir por seu canto são levados ao fundo do rio, onde acabam se afogando. Diz-se que se um homem consegue resistir aos encantos de Iara, ele fica louco, e somente um pajé pode curá-lo.



Igarapé das Almas

Na zona urbana de Belém, no estado do Pará, que hoje corresponde ao canal da avenida Visconde de Souza Franco, no bairro do Reduto, existe um igarapé assombrado por figuras sobrenaturais. Após a revolução da Cabanagem, um conflito social ocorrido no século XIX, os cabanos (pessoas que lutaram na revolução) esconderam suas armas na região do igarapé. Com o passar dos anos, moradores e pessoas que passavam pelo local começaram a relatar visões de fantasmas desses cabanos, que vagavam em busca das armas escondidas



Ipupiara

Ipupiara é um relato impressionante sobre um ser associado à cidade de São Vicente, no estado de São Paulo. O termo “Ipupiara” vem do tupi-guarani e significa “demônio d’água” ou “monstro marinho”. A história ganhou notoriedade pela exatidão dos relatos e pela confirmação da existência de figuras letais que viviam no Oceano Atlântico durante a época das Grandes Navegações. Em 1564, uma indígena escrava passeava à noite na orla da praia do Gonzaguinha quando avistou o Ipupiara andando na areia. O monstro emitia gritos estranhos e, ao ser descoberto, tentou fugir de volta ao mar. Baltasar Ferreira, filho do Capitão-mor da Vila e amo da indígena foi chamado para confrontar a criatura. Com coragem, ele enfrentou o Ipupiara e conseguiu feri-lo gravemente, o que atraiu a atenção dos moradores da vila. Juntos, eles testemunharam a carcaça enorme e assustadora do monstro, que possuía 3,5 metros de altura, braços longos, pés de barbatanas, dentes pontiagudos, corpo coberto de pelos e um focinho com bigode. A história do Ipupiara é tão marcante em São Vicente que chegaram a construir um monumento em sua homenagem na Praça 22 de Janeiro, embora a estátua tenha pegado fogo em 2016.