"Lendas com a letra L"

Labatut

O Monstro Labatut é uma entidade mística conhecida na região da Chapada do Apodi, na divisa entre o Ceará e o Rio Grande do Norte. Ele é descrito como tendo forma humana com elementos indígenas, pés redondos, mãos compridas, cabelos longos e assanhados, e um corpo cabeludo. O mais distintivo é que ele tem apenas um olho na testa e dentes grandes como os de um elefante. A origem desse monstro está na memória do General francês Pedro Labatut, que passou pela região combatendo os revoltosos durante a Guerra de Independência do Brasil (1822). Ele era conhecido por sua violência e crueldade, e a figura do Monstro Labatut nasceu dessa lembrança. O Labatut é temido por comer crianças, por terem a carne mais mole, e diz-se que ele sai à caça nas ruas e estradas desertas, especialmente em noites de vento ou de lua cheia. Ele é pior que o lobisomem, a caipora e o cão coxo, e que ele percorre as cidades durante a noite para saciar sua fome insaciável.



Lobisomem

Lobisomem é a história de um homem que, sob a luz da lua cheia, se transforma em uma criatura meio homem, meio lobo. No Brasil, ganhou contornos regionais, com variações dependendo da localidade. Geralmente, o lobisomem é o sétimo filho de um casal, ou o oitavo filho, caso todos os anteriores sejam meninas. A partir da puberdade, especificamente no aniversário de 13 anos, o menino amaldiçoado passa a se transformar em lobisomem em todas as noites de lua cheia. A criatura resultante é violenta e sedenta por sangue, vagando freneticamente em busca de vítimas. No entanto, ela não é invencível. O lobisomem pode ser ferido ou morto por objetos feitos de prata, como balas ou facas. A origem da lenda é europeia, mas ela tem raízes ainda mais antigas na mitologia grega, com a história do rei Licaão da Arcádia, que foi transformado em lobo por Zeus como punição por seus atos desumanos. O termo “licantropia” vem do grego “lykos” (lobo) e “anthropos” (homem), refletindo essa antiga conexão. No folclore brasileiro, o lobisomem simboliza a dualidade da natureza humana, o conflito entre o lado civilizado e os instintos primitivos, além de representar o medo do desconhecido e o mistério que envolve a noite e a lua cheia.



Lobréu

Lobreu é uma história intrigante do estado do Piauí. O Lobreu é descrito como um duende em formato de lobo, que é muito perigoso, mas não mata pessoas. Ele é conhecido por pegar pessoas que encontra durante a noite e espancá-las impiedosamente. Suas andanças ocorrem principalmente de quinta para sexta-feira. O Lobreu é visto como uma criatura mais dócil, semelhante a uma fada ou um duende, que assume a forma de um filhote de lobo. Ele pode ser perigoso se for maltratado, mas geralmente não é considerado uma ameaça mortal. Outras histórias descrevem o Lobreu como uma criatura sanguinária que caça suas vítimas para deixá-las desfiguradas e deformadas. Ele é uma criatura mágica semelhante a um lobo filhote com três caudas e olhos inteiramente pretos. A criatura persegue qualquer um, independentemente de sexo, raça, idade ou tamanho.



Loira do Banheiro

 A Loira do Banheiro é uma das mais populares e assustadoras lendas urbanas do Brasil, especialmente entre os estudantes. Ela conta a história de um espírito que assombra os banheiros das escolas. A Loira do Banheiro era uma jovem de cabelos loiros e vestes brancas, que aparece nos banheiros após um ritual de invocação. Esse ritual pode incluir chamar seu nome três vezes em frente ao espelho, bater a porta do banheiro, chutar o vaso sanitário, puxar a descarga e até falar palavrões. A origem da história é atribuída à história real de Maria Augusta de Oliveira Borges, nascida no final do século 19 em Guaratinguetá, São Paulo. Ela foi forçada a casar-se muito jovem com um homem mais velho e influente. Infeliz com o casamento, Maria Augusta fugiu para Paris, onde morreu misteriosamente aos 26 anos. O motivo de sua morte é desconhecido, pois o atestado de óbito desapareceu. Quando seu corpo foi trazido de volta ao Brasil, foi mantido em uma urna de vidro no casarão da família, onde hoje é uma escola. A história ganhou força após um incêndio misterioso na escola em 1916, e desde então, diz-se que o espírito de Maria Augusta vaga pelos banheiros, abrindo torneiras para saciar sua sede e pedindo para ser enterrada.



Loira do Bonfim

A Loira do Bonfim é uma história fascinante de Belo Horizonte, Minas Gerais. A Loira do Bonfim era uma mulher de cabelos loiros que conquistava os homens no centro da cidade e os convencia a ir até sua casa no bairro do Bonfim. Ao chegar lá, ela se dirigia ao cemitério e revelava que aquela era sua morada, desaparecendo misteriosamente. A história conta que a loira era uma noiva que foi abandonada no altar pelo seu noivo no dia do casamento. Desiludida e envergonhada, ela acabou se suicidando. Desde então, relatos afirmam que ela seduzia os homens, chamava um táxi para levá-los até sua suposta casa, mas ao chegar, eles se deparavam com o cemitério do Bonfim, onde ela desaparecia com o homem dentro do cemitério.